terça-feira, 9 de setembro de 2014

"A gente complica demais a vida com as pequenas preocupações"







 A preocupação gera ansiedade, a ansiedade gera sofrimento, o sofrimento gera sentimento ruim e negativo, o sentimento ruim e negativo gera dor, a dor gera lágrima, a lágrima gera melancolia, a melancolia gera tristeza, a tristeza gera solidão, a solidão gera ferida, a ferida gera cicatriz, a cicatriz gera mágoa, a mágoa gera um buraco escuro dentro da alma. É um ciclo sem fim e só quem pode cortá-lo é você mesmo.

Ninguém disse que é fácil romper ciclos e fazer mudanças definitivas. O processo é longo, o trabalho é árduo e muitas vezes doloroso. Você está condicionado a agir de uma determinada forma durante um determinado tempo. Não é simples pegar uma tesoura e cortar todos os males e medos pela raiz. Se assim fosse os divãs não estariam sendo disputados a tapa.

Temos que aprender que a vida é para ser simples e boa. Sem tanto rancor, sem tanta revolta, sem tanta disputa. Há muito para conhecer, há tanto para aprender, há inúmeras formas de trocar um pensamento ruim por um bom. Quando algo que você não quer surgir na sua mente modifique na hora esse pensamento. Não dê corda, trela ou faça sala para ele, senão você sabe: ele chama toda a família para passar uma temporada na sua cabeça. E ninguém precisa conviver com um time de antipáticos fazendo farra, falando alto e tirando o seu sossego.


Só porque uma coisa não aconteceu da forma que você queria não quer dizer que ela não seja positiva e traga bons ensinamentos. A gente aprende com tudo que acontece, por mais que agora você acredite que esse perrengue todo é terrível, que você está sofrendo por demais, que sua vida está um lixo. Espere, respire, inspire, transpire, faça uma imersão nessa loucura, nesse desgaste, nessa dor, nessa onda forte. Depois você vai olhar para trás e perceber que sobreviveu, saiu mais forte, é valente, corajoso, tem fibra, garra e é capaz de superar qualquer dificuldade.

Nada é tão difícil quanto se apresenta num primeiro momento. E tudo, tudo tem um jeito. Mas entenda: nem sempre é o seu jeito. A gente vai se adaptando ao que a vida nos apresenta. Só que a escolha sempre será minha, sua ou nossa. Isso ninguém nos tira."

— Clarissa Corrêa.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O QUE É A PSICOFÍSICA ?







Uma breve introdução à Psicofísica 

Experimente, faça essa pergunta a qualquer aluno de graduação em Psicologia. A grande maioria lhe responderá com outra interrogação, dessa vez no próprio rosto. Caso você pergunte se tiveram alguma disciplina ou mesmo uma simples aula sobre esse tema, é provável que a resposta seja não. Talvez você receba um não meio desconfiado, porque pensamentos como os que seguem serão comuns: “Será que isso é importante? Tomara que eu não tenha que aprender isso, pelo nome terei que fazer contas, escolhi Psicologia pra fugir da matemática, já basta ter estatística e ainda mais essa... Como é o nome mesmo? Psicofísica...”
Mais um teste. Pergunte ao mesmo aluno se ele sabe quando a Psicologia começou a ser reconhecida como ciência. A resposta será em uníssono: em 1879 com Wilhelm Wundt e a inauguração de um laboratório de psicologia experimental em Leipzig na Alemanha. Se nem isso eles souberem responder, é sinal que o ensino de Psicologia em nossas universidades e faculdades anda mal, muito mal... Mas isso é assunto para outro dia.
Voltando ao nosso assunto: o laboratório de Wundt permitiu que a Psicologia se separasse da Filosofia e fosse reconhecida como ciência com a introdução de noções como quantificar e mensurar. Até então a Psicologia limitava-se aos fenômenos da consciência e esta era considerada inacessível do ponto de vista científico. Até o famoso filósofo e matemático René Descartes afirmou que a consciência não podia ser estudada com métodos reconhecidamente científicos, como ocorria nos campos da Física, da Biologia e da Química. Mas como Wundt conseguiu superar essa dificuldade e investigar a relação entre a mente/consciência e o mundo físico/material?
A resposta é: graças à Psicofísica. Esta disciplina estuda a relação entre os estímulos físicos (por exemplo, a luminosidade de uma sala, o peso de um objeto) e a experiência sensorial, isto é, uma dimensão psicológica (quão clara a sala está e quão pesado é o objeto para você). E foi com experimentos com base psicofísica, que Wundt empreendeu esforços para dividir os processos mentais em seus componentes mais básicos.
Entretanto, não foi Wundt que iniciou essa maneira de investigar os fenômenos mentais. Os primeiros experimentos psicofísicos, principalmente sobre a sensação tátil, foram realizados por Ernst Heinrich Weber, professor de anatomia e fisiologia da Universidade de Leipzig. Isso mesmo, a mesma de Wundt. Numa época sem a rede mundial de computadores, estar próximo de grandes cientistas era fundamental para que boas idéias fossem fomentadas e desenvolvidas. Apesar dos estudos de Weber, o começo da Psicofísica é creditado à Gustav Theodor Fechner, um médico nomeado como professor de Física na Universidade de... não preciso dizer qual era, não é mesmo?

Fig 1. Da esquerda para a direita: Ernst Heinrich Weber (Imagem retirada do site:http://en.academic.ru/dic.nsf/enwiki/391300), Gustav Theodor Fechner (Imagem retirada do site: http://en.wikipedia.org/wiki/Gustav_Fechner) e Wilhelm Wundt (Imagem retirada do site: http://www.psych.upenn.edu/history/cattelltext.htm).
 Fechner sonhava em descobrir uma equação que relacionasse o aspecto psíquico e o aspecto físico da realidade. Dessa maneira, acreditava que eliminaria o dualismo mente-corpo. Fechner conhecia os estudos de Weber e mais tarde reconheceu sua importância para a Psicofísica, inclusive o que hoje denominamos Lei de Fechner, foi por ele chamada Lei de Weber.
Atualmente, a International Society of Psychophysics (ISP)  organiza um congresso anual sobre Psicofísica, conhecido como Fechner Day . Este sempre ocorre em outubro e sempre que possível no dia 22 deste mês. Segundo os relatos, foi na manhã deste dia no ano de 1850, que Fechner concebeu a Psicofísica. Dez anos mais tarde, ele publicou “Elemente der Psychophysik”, o livro seminal desta disciplina. Este ano o Fechner Day ocorreu entre os dias 19 e 22 de outubro em Pádua na Itália e comemorou os 150 anos de publicação desse livro.
Desse modo, pode-se afirmar que a Psicofísica precede a Psicologia. A Psicofísica é, portanto, a primeira e mais antiga disciplina no amplo campo da Psicologia Experimental.  Infelizmente, o ensino da Psicofísica ou é negligenciado ou é totalmente ignorado nos cursos de graduação em Psicologia. Por isso, a maioria dos graduandos não sabe responder à pergunta que dá nome a este texto. Triste situação.
Embora as pessoas que a estudem não sejam numerosas, nestes 160 anos a Psicofísica se desenvolveu bastante, surgiram idéias e conceitos importantes e foram desenvolvidos métodos de mensuração para campos da ciência tão diversos como cartografia, ergonomia, criminologia e educação física. Além disso, encontra-se a Psicofísica aplicada em avaliação de comidas e bebidas, desenvolvimento de perfumes, avaliação de dor e diagnósticos médicos. Como se pode notar é um assunto amplo e não houve a pretensão de esgotá-lo. O objetivo era situar a Psicofísica dentro do campo da Psicologia e as leis e os métodos psicofísicos serão abordados futuramente.
Se você quer estudar a percepção e o modo como a realidade à sua volta é construída, então a Psicofísica não pode ser ignorada. E mais, deve ser estudada e compreendida.


Leonardo Gomes Bernardino
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Gostou? Quer ler mais? 
  • Gescheider, G. (1997). Psychophysics: the fundamentals (3rd ed.).Lawrence Erlbaum Associates.
  • Schiffman, H. R. (2005) Psicofísica. In: H. R. Schiffman, Sensação e Percepção (pp. 17-33). Rio de Janeiro: LTC.


terça-feira, 26 de agosto de 2014

SÍNDROME DO NINHO VAZIO: COMO SUPERAR A SAUDADE QUANDO OS FILHOS SAEM DE CASA







A história se repete em muitos lares: o filho cresce, amadurece, torna-se independente e toma a decisão de morar sozinho. Esse é o rumo natural da vida, mas, mesmo sabendo disso, é difícil superar a falta.

Tristeza, depressão, sentimento de inutilidade e saudade. Esses e outros sintomas caracterizam a Síndrome do Ninho Vazio, que atinge as mães – e, muitas vezes, até mesmo os pais – quando seus filhos batem as asas e saem de casa.

Síndrome do Ninho Vazio se caracteriza pelo sentimento de solidão, vazio, tristeza, irritação e depressão sentidos pelos pais quando um filho deixa o lar, rumo a uma vida mais independente. Essa Síndrome atinge mais as mulheres e elas muitas vezes se sentem abandonadas. 

É natural em algum momento da vida os filhos saírem de casa, seja porque vão se casar, ou porque vão cursar a universidade em outra cidade ou país, etc. Isso deveria ser comemorado pelos pais, mas nem sempre isso acontece. Muitas vezes isso se torna um pesadelo. Por não conseguir lidar com isso, o sentimento de saudade acaba ganhando proporções prejudiciais à vida de quem fica. 

A saudade pode virar depressão, crises de ansiedade, angústia, problema psicossomáticos que antes não existiam. A emoção pode ser transformada em dor. É comum as pessoas transferirem a tensão do estresse para o músculo, nas costas, e isso por mais que seja psicológico, causa dor. E a dor é real. 

É uma fase complicada principalmente para mulheres que passaram toda a sua vida dedicando-se exclusivamente aos filhos, quando eles vão embora, elas perdem o chão, sentem um vazio, uma perda de si mesma. 

O primeiro passo a ser tomado é reconhecer a situação. O segundo é aceitá-la. E aí começar uma nova etapa da vida, descobrindo o que dá prazer, pode ser estudar, dançar, ler livros, sair, viajar, costurar, fazer cursos, voltar a trabalhar, fazer trabalhos voluntários, ampliar a rede social, aprender a usar a Internet, fazer atividades físicas, retomar a fazer o que antes dava prazer, existe uma infinidade de coisas, basta a pessoa ficar aberta e disposta. 

Nada vai substituir a saída dos filhos, mas é preciso entender que a fase da vida mudou e se a pessoa não buscar outras fontes de prazer ela pode desenvolver muitas e até um somatório de doenças. Não é para ignorar os sintomas, mas sim aceitar a dor, aceitar a saída do filho, se adaptar a essa mudança e dar novos sentidos para a vida. 

Conversar com outros pais que já passaram pela mesma situação pode ajudar. É um peso muito grande que você dá ao seu filho a responsabilizá-lo pela sua felicidade. O importante é que a mãe ou pai tire o foco da ausência do filho. 

Se nada disso adiantar e a dor não passar, é importante que a pessoa procure um tratamento psicológico, fazendo terapia pelo menos uma vez por semana e talvez até tomar algum medicamento para alívio dos sintomas que um Psiquiatra pode receitar. Pode também procurar ajuda de remédios naturais, mas sempre indicados por um médico. 


IMPORTANTE: As informações contidas neste artigo são apenas para referência, não devendo ser usadas para automedicação ou autodiagnóstico. Se você estiver com algum problema de saúde, qualquer tipo de sofrimento, algo que está prejudicando sua vida, procure um médico.



Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/22399/sindrome-do-ninho-vazio#ixzz3BWbaHUvL


quarta-feira, 14 de maio de 2014

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR


 O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia (também denominados de mania), em diversos graus de intensidade. É uma condição médica freqüente. O TB tipo I, que se caracteriza pela presença de episódios de depressão e de mania, ocorre em cerca de 1% da população geral. Considerando-se os quadros mais brandos do que hoje se denomina “espectro bipolar”, como o Transtorno Bipolar tipo II (caracterizado pela alternância de depressão e episódios mais leves de euforia - hipomania), a prevalência pode chegar a até 8% da população. Assim, estima-se que cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores do TB, nas suas diferentes formas de apresentação.

A base genética do TB é bem estabelecida: 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar afetado, e filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados com a população geral.
O TB acarreta incapacitação e grave sofrimento para os portadores e suas famílias. Dados da Organização Mundial de Saúde, ainda na década de 1990, evidenciaram que o TB foi a sexta maior causa de incapacitação no mundo. Estimativas indicam que um portador que desenvolve os sintomas da doença aos 20 anos de idade, por exemplo, pode perder 9 anos de vida e 14 anos de produtividade profissional, se não tratado adequadamente.
A mortalidade dos portadores de TB é elevada, e o suicídio é a causa mais freqüente de morte, principalmente entre os jovens. Estima-se que até 50% dos portadores tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% efetivamente o cometem. Também doenças clínicas como obesidade, diabetes, e problemas cardiovasculares são mais freqüentes entre portadores de Transtorno Bipolar do que na população geral. A associação com a dependência de álcool e drogas não apenas é comum (41% de dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga ilícita), como agrava o curso e o prognóstico do TB, piora a adesão ao tratamento e aumenta em duas vezes o risco de suicídio.
O início dos sintomas na infância e na adolescência é cada vez mais descrito e, em função de peculiaridades na apresentação clínica, o diagnóstico é difícil. Não raramente as crianças recebem outros diagnósticos, o que retarda a instalação de um tratamento adequado. Isso tem conseqüências devastadoras, pois o comportamento suicida pode ocorrer em 25% dos adolescentes portadores de TB.
O tratamento adequado do TB reduz a incapacitação e a mortalidade dos portadores. Em linhas gerais, inclui necessariamente a prescrição de um ou mais estabilizadores do humor em associação (carbonato de lítio, ácido valpróico/valproato de sódio/divalproato de sódio, lamotrigina, carbamazepina, oxcarbazepina). A associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de antipsicóticos (em especial os de segunda geração como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol) pode ser necessária para o controle de episódios de depressão e de mania.
Fonte: Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

As Cinco Fases do Luto – Kübler-Ross


A reação psíquica determinada pela experiência como a morte foi descrita por Elisabeth Kübler-Ross tendo cinco estágios:

1. Negação e Isolamento: são mecanismos de defesa temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.

2. Raiva: surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento. Nessa fase a pessoa expressa raiva por aquilo que ocorre, geralmente essas emoções são projetadas no ambiente externo, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.

3. Barganha: acontece após a pessoa ter deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. Nessa fase busca-se fazer algum tipo de acordo de maneira que as coisas possam voltar a ser como antes. Começa uma tentativa desesperada de negociação com a emoção ou com quem achar ser o culpado de sua perda. Promessas, pactos e outros similares são muito comuns e muitas vezes ocorrem em segredo.

4. Depressão: Nessa fase ocorre um sofrimento profundo. Tristeza, desolamento, culpa, desesperança e medo são emoções bastante comuns. É um momento em que acontece uma grande introspecção e necessidade de isolamento, aparece quando a pessoa começa a tomar consciência de sua debilidade física, já não consegue negar as condições em que se encontra atualmente, quando as perspectivas da perda são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda.

5. Aceitação: nesse estágio a pessoa já não experimenta o desespero e não nega sua realidade. As emoções não estão mais tão à flor da pele e a pessoa se prontifica a enfrentar a situação com consciência das suas possibilidades e limitações. Claramente o que interessa é que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz e com dignidade, mas a aceitação não deve ser confundida com um estágio feliz, ela é quase destituída de sentimentos.

Kübler-Ross originalmente aplicou estes estágios para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido até o divórcio, qualquer mudança pessoal significativa pode levar a estes estágios. Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem todos são experimentados pelas pessoas, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

Fonte: Psicologia

TRAIÇÃO - COMO LIDAR COM ISSO

É muito dolorido, sofrido como uma pancada emocional. Para superar uma traição devemos saber muito bem quem somos, quais nossas prioridades, quais nossos valores e do que podemos abrir mão. Podemos fazer a autoanalise mas também podemos contar com um profissional.

Traição é como um vaso que se quebrou...

...pode ser colado novamente, mas sempre haverá marcas. A traição pode levar uma pessoa à depressão instantaneamente.

Não imaginamos que seremos traídos. Somos otimistas, ainda bem, pois se fossemos tão pessimistas, ou até mesmo realistas como alguns defendem, não entraríamos em nenhum relacionamento. As estatísticas estão aí para nos assustar: 70% dos homens e 40% das mulheres traem. Se eu dissesse para você que há 70% de chance de um determinado edifício cair tenho certeza que jamais você passaria perto de tal edifício. Mas continuamos, aliás, desejamos ter relacionamentos. Sofremos quando estamos sós. E este deve ser o motivo: a solidão também assusta, e por mais que doa ser traído sempre há uma chance de não acontecer, também há a chance de talvez não doer tanto, ou até mesmo de nunca sabermos que aconteceu. Mas quando acontece...

Porque dói tanto ser traído

A dor vem de vários sentimentos. A decepção com a outra pessoa, pois passamos a perceber que não a conhecíamos tão bem como pensávamos. A raiva de nós mesmos, pois pensamos que de alguma forma somos responsáveis. Pensamentos sobre nunca mais encontrar alguém que possa ser fiel aparecem com a traição e tornam a vida um tormento. Perdemos a esperança de sermos felizes novamente.

A pessoa traída se compara com o outra pessoa que foi objeto de traição, e se não sabe quem é pior ainda, pois sua imaginação o faz sentir muito inferior, feio, sem graça, menos inteligente que qualquer outra pessoa no mundo.

De quem é a culpa da traição?

De quem traiu. Não concordo com os defensores da teoria de que se um traiu é porque o outro era exigente, carente ou sei lá que defeito tenha. A traição é uma quebra de contrato. Foi combinado que isso não aconteceria, neste contrato nunca existe a cláusula “caso um se torne chato demais o outro terá o direito de traí-lo”. Dizer que foi obrigado a trair, que não teve saída... é balela! Traiu porque optou ou porque não soube segurar seus impulsos.

O que a psicoterapia pode fazer em caso de traição

Quando um psicólogo recebe a pessoa que sofreu a traição trabalha em primeiro lugar o fortalecimento de sua identidade como pessoa. Identifica a possibilidade desta pessoa se sentir culpada e a trabalhamos com a meta da superação desta auto- culpa . O psicoterapeuta trabalha no sentido de ajudar a pessoa a identificar quais são seus valores mais profundos, o que ela acredita e por quais pontos quer e precisa fortalecer em sua vida.

Jamais o psicólogo induz a qualquer decisão. Se esta pessoa romperá ou manterá este relacionamento dependerá exclusivamente de seu paciente. Não há verdades únicas e cada um tem seu estilo e características de vida. Caso o paciente decida romper o relacionamento o psicoterapeuta ajudará em sua reconstrução no sentido de abrir novas possibilidades de atividades e até de novos relacionamentos quando for o momento certo.


Caso o paciente decida manter o relacionamento o psicólogo ajudará a renovar a comunicação entre eles de forma a reconstruir a confiança.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Casamento é a dois! Não permitam intromissões...


Alguém certamente já ouviu alguém dizer que não é bom morar muito perto da sogra para que ela não viva na sua casa. Isso tem algum fundamento? Sim. Muitos sogras e sogros acabam por causa da proximidade, frequentando em demasia a casa dos filhos ou filhas e desta forma causando desconforto para o casal. Não é à toa que a Bíblia diz para não pisarmos de mais na casa do nosso próximo para que ele não se enfade de nós. E isso vale também para os sogros e sogras.

Muitos motivos de brigas entre os casais, são as influências da família do cônjuge no casamento. São os famosos palpites de sogra e sogro. Há testemunhos de casais  que  separaram por esses motivos.


A Bíblia é bem clara em relação a influencia dos pais no casamento. Em Gn 2.24 lemos: “"Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne." Observe que a Bíblia diz que os dois devem se tornar uma só carne, e não os quatros ou os seis (esposo, esposa, pai, mãe, sogro e sogra). A Bíblia não dá espaço para mais ninguém, além de marido e mulher.

 
Esse versículo instrui três coisas:


  1. O deixar é geográfico: marido e esposa não podem morar na casa dos pais. Isso inclui morar nos fundos - é a mesma coisa.Morar com os pais, abre espaço para que eles dêem palpites no casamento, além da autoridade da casa estar sobre o dono da casa, e não do marido;
  1. O deixar é emocional: ninguém consegue caminhar com uma nova família, preso a antiga. É preciso se desligar! Não quero com isso  instruir que devam deixar de honrar pai e mãe, mas os laços sentimentais devem estar mais fortes com a esposa, do que com a mãe e o pai. Se tiver que escolher entre seus pais e sua esposa, deve escolher pela sua esposa;
  1. O deixar significa ser financeiramente independente: Se ficarem dependentes dos pais, podem abrir a porta para a intromissão deles, pois vão achar que por estarem ajudando financeiramente, tem o direito de governar suas vidas. Caso tenham dificuldades e precisem da ajuda, deixem bem claro aos pais, que vocês continuam independentes.
Mas quero aqui ampliar essa questão da intromissão, não limitando somente aos sogros, sogras e demais familiares, mais quaisquer outras pessoas. Quando nos tornamos muito dependentes seja lá de quem for, amigos, pastores, conselheiros... estes podem se achar no direito de governar nossas vidas. Por isso o casal tem que procurar ao máximo resolver as suas questões matrimoniais sozinhos. Eventualmente, um conselho ou outro podem ser bem vindos, postos sempre à luz das Escrituras, sob oração. 

É preciso que o casal tenha consciência que na verdade não existe um modelo de família certo, mas existe o novo modelo de família que deve ser construído somente entre marido e esposa. É o casal que deve decidir isso. E quando há interferência demais de terceiros querendo ditar normas ou padrões para a vida do casal, isso acaba gerando conflitos sérios.


Às vezes pode ser difícil evitar a intromissão dos pais, principalmente, e de outras pessoas no casamento, mas é necessário colocar limites para o bem estar do próprio casal. Precisamos às vezes, depender o mínimo possível, ou depender de forma alguma, para evitar tais intromissões. Muitas vezes alguém nos ajuda de alguma forma, emprestam um bem, fazem um favor e acham que por causa disso tem o direito legal sobre a vida do casal. E não é assim que a coisa funciona. Quem ajuda deve fazê-lo de coração e não com pretexto para intromissões.


Devemos pois ter uma postura firme e ao mesmo tempo amorosa com nossos pais ou quem quer que seja. Sobre os pais, nunca devemos deixar  de honrá-los,  mas nunca permitir intromissões.