Esse é um momento muito especial na vida da família, a chegada de um novo filho!
Nesse caso, que já existe o primeiro filho, os pais já não são mais inexperientes na maternidade/paternidade, mas o filho mais velho, terá que passar por algumas adaptações e, a principal, e muito importante para ele, é a de dividir o amor dos pais, além do espaço, quarto, brinquedos e enfim deixar de ser único.É na gravidez que começa a transformação.Importante: as visitas que vão conhecer o bebê devem também enxergar o filho mais velho que está ali esperando uma atenção!Os sentimentos de: raiva, agressividade, ciúmes, são sentimentos normais e não devem ser simplesmente repreendidos. Eles devem ser entendidos e elaborados.
Temos que ter em mente que é essencial ajudar o primogênito a passar por esse momento, que não será simplesmente um presente aquele irmãozinho que vai nascer, como as vezes comentam os pais entre si, pode ser um presente a longo prazo, mas no início existem aspectos importantes para serem entendidos, para que a criança possa elaborar bem esse momento.
Mostre que ele também já esteve na barriga, reveja os exames, fotos de quando ele nasceu, vídeos de bebê e o ajude a entender que ele já passou por isso, além de ajudá-lo a entender o que você está passando agora.
Se existirá alguma mudança abrupta na vida do primeiro filho, é recomendado ainda que ela aconteça antes da chegada do segundo, para que ele não faça associações negativas, do tipo, fui para a escola porque ele chegou, ou ainda não se sinta rejeitado. É importante, para o primeiro filho, tentar manter a rotina dele o mais próximo do que era, para que ele não se sinta inseguro com grandes mudanças, pelo menos nos primeiros meses.
Envolver o seu filho na gravidez e nas atividades diárias do novo bebê não significa exatamente atribuir responsabilidades ao seu pequeno. As responsabilidades do bebê, bem como a decisão de tê-lo, devem ser do casal, e não “jogadas ao primogênito”. Peça para que ele busque uma fralda para você trocar o bebezinho, provavelmente ele se sentirá importante em participar, de uma maneira autônoma.
Algo importante também é falar sobre as visitas, que entram por vezes, passam pelo irmão mais velho, não dizem nada e vão direto ao quarto do bebê. A maioria dessas pessoas enxergam apenas o bebê naquele momento e se esquecem da outra criança. Dê dicas aos visitantes, inserindo sempre no contexto o primogênito, chame-o para mostrar o bebê, valorize coisas novas que ele tem aprendido, elogie seus avanços, envolva-o no assunto, e logo a visita perceberá e entrará no clima.
Não se esqueça, o mais velho, precisa se sentir amado, e isso não é qualitativo ou quantitativo, tudo depende da percepção de amor dele. As vezes o casal comenta que está dando muito amor ao filho, mas isso é a percepção do casal e não do filho. Tenha paciência e muito amor para enfrentar esse momento, entenda que é delicado para o seu filho e tente tranquilizá-lo, pois se ele sentir que você está ansioso e inseguro, ficará assim também.
Você pode ajudar a criança a falar sobre esses sentimentos, mesmo que na linguagem dela, para que ela possa desabafar. Mas seja firme, imponha limites, eles podem não ter a real percepção das consequências, de suas ações de agressividade por exemplo com o bebê. Mostre sempre as vantagens de ser o irmão mais velho, que ele já sabe andar, falar, brincar, correr, que ele já vai para a escola e que poderá ajudar o irmãozinho a fazer tudo isso que ele já sabe. E reserve uma parte do dia para que ele ainda receba a atenção exclusiva, mesmo em menos quantidade.
E as investigações em psicologia familiar nos ajudam ainda a tranquilizar sobre as vantagens de se ter irmãos, sabia que a relação entre irmãos tem uma influência considerável no nosso desenvolvimento social e emocional enquanto adultos? É com os irmãos é que se aprende a complexa dinâmica de viver em sociedade, em que se é necessário fazer concessões, perseverar, lutar por seus direitos e conviver.
Dra. Fabiana Faggiani / Psicóloga Clínica
Nenhum comentário:
Postar um comentário